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Entrevista com um profissional de COMEX

 

Entrevista Grupo 1

Componentes do Grupo: Camila Shimizu, Dimas Barranco, Eduardo Guardiano, 

Iohana Lobato, Rodrigo Américo e Tiago Guetten

Nome do entrevistado: Dannielly Freitas Voges

Empresa onde trabalha: Ize Brasil Comércio Exterior

Tempo de serviço: 18 anos

 

Questões

 

Quais são as principais características que a pessoa deve ter para atuar na área de Comércio Exterior?

Depende da sua área de atuação, uma vez que na área operacional é exigido muita capacidade técnica e a área comercial, que por sua vez cuida das negociações e tem contato direto com pessoas requer mais habilidade com idiomas e conhecimentos específicos da área. Porém alguns aspectos são fundamentais nas duas situações como flexibilidade, pro atividade e capacidade de lidar com a pressão.

 

Ao longo dos anos quais foram as principais mudanças na área de Comércio Exterior?

O maior impacto ainda é a década de 90, devido as políticas de abertura comercial do governo Collor, porque até então o nosso comércio exterior não era um comércio de duas vias e só se trabalhava com exportação, sendo importação uma opção para poucos. Depois dessa medida o processo de importação começou a se tornar possível, e com o plano real, a estabilidade da moeda e o câmbio flutuante também se tornou uma atividade rentável e interessante para muitas empresas. 

 

Qual o principal problema enfrentado hoje nessa área?

A instabilidade política e econômica no Brasil, que afeta a instabilidade da moeda e consequentemente atinge o planejamento das empresas. Então hoje a incerteza é o nosso maior inimigo e o nosso principal desafio.

 

Atualmente há uma grande concorrência no mercado e está cada vez mais difícil atrair ou manter a fidelidade do cliente. Quais são os meios utilizados para se conquistar esse espaço no mercado?

A qualidade do serviço, a confiança e a transparência são fundamentais, pois a empresa que quer ganhar do cliente em apenas uma negociação e não dá continuidade no processo ou não estabelece uma parceria está fadada ao fracasso.

 

Qual a maior dificuldade na área?

É a incerteza, pois muitas atividades do comércio exterior está fora do nosso controle. E essas variáveis externas que são incontroláveis é um motivo de muita preocupação como legislação, políticas do governo, tributos etc. 

 

Por que você escolheu a área de Comércio Exterior?

Fiz o curso de Administração com habilitação em Comércio Exterior, pois pensava na administração como algo bastante abrangente e o comércio exterior também interessava porque tinha a ideia de viajar o mundo. Porém essa é uma das possibilidades e não significa que vai acontecer ou que o comércio exterior se resume a isso, pois não é só o mercado estrangeiro que faz as negociações acontecerem. E o que fui encontrando nessa área foi fazendo com que me apaixonasse cada vez mais e se entregasse de maneira profunda e hoje já não consigo mais sair.

 

O que é necessário para uma empresa poder se cadastrar como exportadora e importadora?

Já tivemos vários mecanismos para poder realiza essas operações, mas está cada vez se tornando mais burocrático porquê o governo quer saber quem são os responsáveis pelos pagamentos de tributos. Atualmente para uma empresa atuar como exportadora e importadora ela precisa se cadastrar no Registro de Exportadores e Importadores (REI), porém para realizar esse cadastro ela tem que fazer uma primeira operação de exportação ou importação, sendo que para isso deve ter acesso ao Sistema Integrado de Comércio Exterior (SISCOMEX) e se cadastrar junto à Receita Federal no Ambiente de Registro e Rastreamento da Atuação dos Intervenientes Aduaneiros (RADAR). Hoje existe uma Instrução Normativa da Receita Federal, número 1.288 de 2012 que traz as possibilidades e as regras para empresas que querem atuar nesse segmento.

 

O que a empresa deve saber antes de fazer o procedimento de exportação/importação?

Deve saber sobre as nossas regras tanto para comprar mercadorias como vender para o exterior, e também é necessário saber sobre as regras e leis do país com quem se quer negociar, bem como conhecer a legislação aplicada naquele tipo de mercadoria, e assim poder analisar a viabilidade da operação e estar preparado para se adequar.

 

Qual seria o ambiente ideal de trabalho?

O ambiente de trabalho na área do Comércio Exterior envolve mais o relacionamento interpessoal do que termos físicos de estrutura, layout e móveis.

 

Quais foram os maiores obstáculos que você encontrou durante a sua carreira?

O maior obstáculo é o desgaste, que é algo da minha personalidade, e o sentimento de que eu não posso controlar as coisas ainda é um desafio. Pois existem situações que estão alheia-as a mim, é o governo que influencia, é o mercado, o dólar, o câmbio, a falta de estrutura entre outros. E por mais que você trabalhe, no final sempre irá depender de outro para ver o resultado do seu esforço.

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